17/05/2011

Assopros poéticos

A vida nos assopra com estalares de dedos.
Sussurra melodias fortes, doces e amargas.
Quero assoprá-la também.
Cantarolar as moças artistas que conheço,
Ver as folhas caírem, ter a eterna infância de um menino.
E tudo isto é mais que isso ou aquilo.
É maior, porém pequeno.
Mas o pequeno é tão importante quanto o grande.
A vida contempla a tudo como um âmago ansioso que se deleita sobre a morte.
Dores, sangues e lágrimas dançam rubro-negros com a volúpia e a maestria sublime da felicidade.
É uma beleza de uma intensidade incrível que só o verdadeiro encontro pleno com a vida permite.
Mas ela é tão insaciável que resolve se juntar à arte para bombardear a todo instante a inútil fragilidade humana.

Luzes que exaltam a cena conflitante do palco penumbresco e eufórico que se metaforiza no gozo e no choro doentio e esquizofrênico da realidade humana.
São cortinas e cortinas que se abrem no delírio das rosas e das chagas.

E o espetáculo constante de viver ainda não acaba quando a luz apaga
E o grande vestido vermelho se fecha, ele se perpetua na imensidão do que ele próprio é: a VIDA.




por: Guilherme Bruno

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