06/01/2011

Vinicius de Moraes.

Vinícius é um copo de bebida, um cigarro e a sua poesia (que é só sua). Embora o sofrimento interno seja explícito em seus olhos, os amores (efêmeros) lhe consolavam das adversidades. Fazia da poesia a fuga e a casa, o céu e a terra, as palvras caíam no papel e iam se unindo. Seus ciclos, embora não muito claros, se dividiam pelo objeto da mulher amada. Cada parte da sua obra, deveria ter o nome do amor que legendava sua vida. Clichê no que diz respeito ao amor idealizado, talvez sim. Mas não seria o próprio amor, um clichê? - O sentimento é que dita a vida. Os encontros e acasos são dicas do caminho.

Escutem: O velho e a Flor, e entenderão.

Porque até quando tento fugir de meus sonhos e desejos eu volto
para o ponto de partida, onde tudo se fez inverno e
passou o verão, quase outono e ainda estou aqui
recolhendo tudo de mim que ainda restou
cada pedaço do meu ser
resolvido a estar sem ter
e tudo o que me pertence que
em ti ficou

Mas ainda vou sorrir, pois
desaprendi a chorar no mesmo dia
em que as lágrimas cessaram
e eu não tinha abrigo

Corri e tentei com a fúria
do som fosco e duro
de mais um não
e onde posso esconder meus
lábios e pousar minhas mãos?

Fugir? Decidir?
E essa música que invadiu meus pensamentos
e me fez parar de escrever.



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